sábado, 14 de janeiro de 2012

# 171

Não existia sensação mais reconfortante do que a de fazer o caminho para casa, ao final do dia, contigo.
Toda eu me sentia invadida por um sentimento de felicidade que me completava e dava um sentido à vida. Ao olhar para ti enquanto conduzias só conseguia pensar que finalmente tinha encontrado as portas para o caminho da felicidade e percorre-lo contigo era a minha meta de todos os dias.

Aquele caminho que fazíamos juntos, estivéssemos nós a Norte, ao Centro ou noutro canto qualquer do país, era para mim a maior satisfação. Parece que te vejo ainda a olhar em frente enquanto conduzias, cansado e concentrado, tiravas uma mão do volante e procuravas a minha entre os meus joelhos. Apertavas-me a mão, acariciavas os meus dedos e quando te cansavas partias para o meu cabelo que tanto gostavas de encaracolar. Eu ficava ali calada, apenas a observar-te e a pensar em toda a sorte do mundo que tinha por me teres escolhido. Acreditava que nada nos poderia separar. Acreditava que realmente o nosso sentimento era verdadeiro e que seria para sempre...não havia como negar. Sentia-me tão feliz e tão preenchida por ti.
Tu sentias-te observado e fitavas-me. Sorrias; ai quando me sorrias... Inclinavas-te para que te beijasse e éramos felizes ali, naquele momento de cansaço ao final do dia, perdidos num silêncio que confortava.
Era a melhor sensação do mundo, esta de voltar para casa contigo.


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